quinta-feira, 30 de abril de 2009

Quem me dera que eu fosse o pó da estrada...

Quem me dera que eu fosse o pó da estrada
E que os pés dos pobres me estivessem pisando...

Quem me dera que eu fosse os rios que correm
E que as lavadeiras estivessem à minha beira...

Quem me dera que eu fosse os choupos à margem do rio
E tivesse só o céu por cima e a água por baixo...

Quem me dera que eu fosse o burro do moleiro
E que ele me batesse e me estimasse...

Antes isso que ser o que atravessa a vida
Olhando para trás de si e tendo pena...


Alberto Caeiro

terça-feira, 28 de abril de 2009

The "School" of Braga.

Em Braga a «peregrinação operária» era organizada pelo círculo católico, e muitos que participavam nela «iam obrigados pelos patrões», ao passar à porta da Associação de Classe dos Chapeleiros «alguns indivíduos subiram a esta casa e arriaram a bandeira da aquella associação, [mas] um desses indivíduos, um semiuarista, acaba a pouco de pagar o atrevimento»
In «O Século», 2 de Maio de 1899.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Uma Sugestão


Aterro aqui dia 8 de Maio,











Espero arranjar algo do tipo isto,









Apanhamos depois este "tipo" para:



Leinster house - Parlamento da Irlanda, onde se encontra a Câmara Alta e a Baixa, segundo o Historiador francês, René Rémond, aquando existem duas Câmaras estamos a verificar um claro vestígio histórico de um sistema Liberal puro).



St Patrick's Cathedral - Conhecer a grande lenda da Irlanda.







Mas é essencial visitar:


Guinness Storehouse.





Por fim visitar isto, I hope...

Prison Killmainham: Prisão Inglesa, finalizada por volta do final do século 18, e desde de então serviu de “casa” para os homens que lutaram pela independência da Irlanda e formação de uma República naquela zona até ao ano de 1924. Neste último ano foi fechada pelo Governo do recente estado da Irlanda, e gradualmente transformada em Museu. (Penso eu).




Está feita a sugestão, ver vamos como vai correr, mas uma coisa é certa, que vai correr vai..

Inté.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Ainda na Moldávia.

Três partidos da oposição que elegeram deputados nas eleições passadas, Partido Liberal, Partido Liberal-Democrático e Aliança Nossa Moldávia, continuam a manifestar-se no centro de Chisinau, desta vez as manifestações contaram com cerca de 3 mil pessoas, que é um claro fraco sinal de apoio as manifestações, e mais uma vez a força da rua que os partidos de direita tem mostrado ter ao longo deste conflito parece confirmar o seu fraco resultado eleitoral.
Ainda no outro dia li num órgão de informação, que as manifestações tinham sido convocadas por telemóvel, FaceBook e Twiteer. Um telemóvel, realmente, agora é um produto que esta acessível a preços baratos, mas ter acesso a Computadores com internet já não está ao acesso de qualquer um, então num dos país mais pobre da Europa ter um computador e acesso a internet deve ser um género de luxo, fica aqui a pergunta de que estrato social são estas pessoas que receberam a convocação por internet? Com certeza que não devem ser os estratos mais desfavorecidos...
O discurso oficial dos protestantes e dos seus líderes políticos já tem como fim a demissão do governo e do Presidente da República, o objectivo é assumidamente conduzir a uma revolução “colorida” como aquelas que se realizaram na Ucrânia e noutros países dessa região, parece não andar muito longe de uma tentativa de conquistar o Poder a todo o custo, pois a oposição já abandonou a recontagem dos votos, e um dos seus lideres (Serafim Urecheanu líder da Nossa Moldávia) afirmou: «Queremos novas eleições e vamos ganhá-las». O que talvez não esperassem era uma fraca adesão popular e a reacção da comunidade internacional.

Fala-se agora de cerca de 200 protestantes presos, não podemos esquecer que o Parlamento da Moldávia foi invadido e vandalizado pelos protestantes e é preciso, e normal, que as autoridades levem tais indivíduos a justiça, e um Parlamento não pode ser encarado como um simples edifício, ou uma casa, porque não o é, um Parlamento é um dos centros políticos mais importante de um país, um ataque ao mesmo tem claramente um objectivo muito serio e perigoso, pois não podemos encarar um assalto ao Parlamento tendo como objectivo do simples roubo, mas sim espera-se poder alterar certas correlações de forças sociais.

Em todo o caso a recontagem dos votos vai ser feita na mesma, ira com certeza reconfirmar a vitória dos já vencedores…

sábado, 11 de abril de 2009

Yuri Gagarin foi o primeiro homem no espaço há 45 anos


Foi a 12 de Abril de 1961 que o voo de 108 minutos se realizou

Nasceu em Março, dia 9, no ano de 1934, e morreu em Março, dia 27, 34 anos depois durante um voo de rotina em que o avião se despenhou. Mas seria o dia 12 de Abril de 1961, há precisamente quatro décadas e meia a tornar o seu nome famoso em todo o mundo. Yuri Gagarine foi o primeiro homem no espaço numa órbit em torno da terra de 40 mil quilómetros feita em 108 minutos.
Apesar do pouco tempo, os cientistas quiseram que ele levasse comoda para saber se era capaz de a utilizar na imponderabilidade do espaço. Como ainda não se conheciam bem os efeitos da falta de gravidade sobre o ser humano, o voo de Gagarin foi totalmente controlado a partir da Terra. Antes de subir a bordo fez um discurso salientando o «belo momento» de partir para o espaço
.

Meus amigos de uma só bandeira.

A amizade... uma coisa tão linda, mas não é uma amizade qualquer é uma amizade que me deixa orgulhoso e mesmo comovido , não tenho vergonha de o dizer, até mesmo chorar e porque não chorar, qual o problema disso , é o sinal da profundidade desta amizade de que vos falo meus amigos, posso simplificar, talvez três pessoas , mas que já fazem parte da minha vida , uma vida sempre de altos e baixos , mas nos baixos , aí estão eles, prontos, disponiveis, fortes, sinceros, lutadores por uma só pessoa, e que pessoa essa , uma pessoa que vos dará a vida assim que precisarem dela, nunca tenham duvidas disso, porque voces merecem mais que tudo. Uma vida cansada de certas coisas, uma vida saturada, então ... aparecem eles, os amigos ... uma nova vida renasce e me levita sobre as sensações de sobrevoar uma amizade tão pura e verdadeira...deixem-me viver esta amizade...libertem-me dos demónios que me derrubam para o chão que está tão sujo de tanta mentira. Obrigado a todos eles. Obrigado por todos esses momentos só vossos e diferentes mas tão iguais de uma amizade que se liga a mim de uma maneira igual.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Separar o trabalho da preguiça...

«Em final de legislatura, e quando se aproximam as eleições para o Parlamento Europeu, é tempo de os deputados prestarem contas para que os eleitores também possam fazer as suas. As comparações não são pois de recear já que são uma forma fiável de se separar o trigo do joio, o trabalho da preguiça, o empenhamento da indiferença, aqueles que serviram os interesses do País e de quem os elegeu, dos que se fizeram eleger para se servirem a si próprios. Os dados estatísticos que se seguem não esgotam a actividade dos deputados, mas são um bom indicador da sua produtividade em especial nos campos em que cada um tem inteira liberdade de iniciativa.
Os dois deputados do PCP estão no topo da lista no que respeita a intervenções em plenário. Ilda Figueiredo, com 704 intervenções é apenas ultrapassada por Manuel António dos Santos (PS) que na sua qualidade de vice-presidente do PE presidiu regularmente às sessões, contabilizando assim 837 intervenções. Segue-se Luís Queiró (CDS) com 676 intervenções e logo a seguir Pedro Guerreiro com 663 intervenções.Note-se que, dos 24 deputados, apenas quatro produziram mais de 600 intervenções, estando aqui os dois eleitos do PCP. Em contrapartida, 16 deputados fizeram menos de 100 intervenções e outros 12 intervieram menos de 50 vezes. No fundo da lista está por exemplo o deputado do Bloco de Esquerda, Miguel Portas, que em cinco anos tomou posição nas sessões apenas 41 vezes. A pouca apetência que aparenta para intervir nos plenários tão pouco foi compensada em número de requerimentos à Comissão e ao Conselho sobre as importantes questões nacionais. Não, limitou-se a apresentar 13 perguntas, ou seja uma média de 2,6 por ano. Mas há ainda pior. João de Deus Pinheiro, que foi o cabeça de lista do PSD, usou o seu direito de intervir somente 23 vezes e apresentou escassas cinco perguntas, à média exacta de uma por ano (!). E ao contrário do que um semanário português veiculou, Deus Pinheiro não elaborou um único relatório ou parecer em toda a legislatura.
No conjunto dos 24 deputados, apenas cinco (!), onde se destacam os dois eleitos do PCP, apresentaram mais de 50 perguntas. São eles Ilda Figueiredo (PCP), com 469 perguntas, seguem-se Paulo Casaca (PS), 274 perguntas, José Ribeiro e Castro (CDS), 256, Pedro Guerreiro (PCP), 189 perguntas, e Ana Maria Gomes (PS), 62 perguntas.Deste modo, os 12 deputados do PS apresentaram um total de 501 perguntas (média por deputado de 41,8) e os sete do PSD não foram além de uma centena (média por deputado de 14,3).
Um trabalho reconhecido.
Em 1999, o insuspeito jornal Público, na sua edição de 24 de Maio, concluía: «Estatisticamente, os três deputados comunistas (...) são campeões da actividade parlamentar (...) No seu caso concreto, as estatísticas abundantes apenas confirmam a realidade: mesmo os seus adversários políticos, insuspeitos, reconhecem que, entre os deputados portugueses, são o grupo mais eficaz.»Também em 2004, uma análise da Agência Lusa, divulgada por vários jornais, concluiu que os deputados do PCP, na altura apenas dois, se destacaram claramente dos restantes eleitos em todas as formas de actividade parlamentar.Esta «eficácia» dos deputados do PCP não é pois um acaso, mas a prova de que os comunistas sempre honraram o seu compromisso incondicional com o povo e o País. Por isso, o voto na CDU é o voto seguro, no trabalho, na competência e na honestidadeFonte.
Por fim penso ser bastante justo dizer um pequeníssimo "detalhe", é que apesar de todo este trabalho prestado pela Eurodeputada Ilda Figueiredo, esta deputada ainda conseguiu arranjar um tempo para escrever um livro, fica aqui o link: Novos Rumos para Portugal e para a Europa.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Tensão na Moldávia.

Cerca de 10 mil pessoas desencadearam uma onda de violência nas ruas da capital da Moldávia, Chisinau, em protesto pela vitória do Partido Comunista da República da Moldávia (PCRM) nas eleições legislativas que decorreram no passado dia 05 de Abril, acusando o mesmo de estar por detrás de uma fraude eleitoral. Os protestantes chegaram mesmo a invadir e a pilar o Parlamento. Estes protestos contam com o apoio dos partidos de direita, que a acreditar no resulta eleitoral não terá conseguido chegar aos 15% dos votos, e já exigiu a demissão do governo. Ainda é muito cedo para ver como vai terminar esta história, mas é importante relembrar alguns factos:

1. A Moldávia é uma região do leste Europeu, que fica situada entre a Ucrânia e a Roménia, e tem uma população estimada em 4 milhões, vivendo na capital mais de 400 mil pessoas.
2. Fez parte da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) até 1991 quando declarou a sua independência.
3. É um dos países mais pobres da Europa, e existe um grande descontentamento por parte da população relativo as condições de vida, mas este descontentamento não nasceu só em 2005, mas advém de trás.
4. Etnicamente a Moldávia é uma região com alguma diversidade, sendo constituída na sua maioria por Russos, Ucranianos e principalmente por Moldávios, mas é nesta enorme massa populacional chamada de Moldávios que reside o problema, pois muitos deles consideram-se Romenos e não Moldávios. Este entrave nacionalista acarretou logo desde do nascimento da Moldávia em Estado-Nação ao surgimento de vozes que exigiam a integração da Moldávia na Roménia, mas que não tiveram sucesso em grande parte devido a intervenção da Rússia. A própria língua moldávia é muito semelhante ao Romeno, e é considerado por muitos como um dialecto do romeno. Nestes protestos de 2009 continuam-se a ouvir vozes que defendem as propostas de integração da Moldávia na Roménia.
5. Por outro lado a Moldávia é mais um exemplo histórico do separatismo que se aviva naquela região do globo depois da queda da URSS, pois a Moldávia tem vivido ao longo da sua história pós-URSS duas situações separatistas, uma menos grave na região de Gagaúzia e que parece estar mais ou menos já controlada pelo Poder central da Moldávia, mas por outro lado tem a região da Transnístria que esta politicamente afastada da Moldávia tendo inclusive um parlamento próprio.
6. Nas eleições de 2005 o PCRM ganhou pela primeira vez com cerca de 45% dos votos, elegendo 55 deputados de 101 possíveis, e ainda na mesma atura devido a alianças com outros pequenos partidos no Parlamento conseguiu-se a eleição de Vladimir Voronin (Secretário-geral do PCRM) para a Presidência da República da Moldávia, pois neste país a sua Constituição prevê a eleição do Presidente da República através dos votos dos deputados no Parlamento. Em 2008 o Parlamento Moldavo aceitou a demissão do chefe do governo comunista Vasile Tarlev, e de seguida votou na nomeação de um novo governo chefiado pela comunista Zinaida Greceanii que inclusive esteve em visita oficial ao nosso país no dia 11 de Fevereiro de 2009. (Em jeito de curiosidade, e penso não estar errado, Zinaida é a segunda mulher á cabeça de um governo comunista, se não estiver em erro pela segunda vez, a primeira foi uma Jugoslava). O PCRM actualmente defende a integrarão da Moldávia na União Europeia.

É evidente que existe ainda um grave problema na «questão nacional» em muitas regiões do leste europeu, que foi iniciado com o fim da URSS em 1991, mas que ganhou velocidade com a intervenção dos EUA e da Nato nos Balcãs que desbocou no fim da Jugoslávia. Sem dúvida que estamos, directamente ou indirectamente, perante mais uma sequela do desmembramento da URSS, que pode ser agravada ainda mais pelo “incomodo” de estar no Poder um Partido Comunista. A confirmar-se (outra vez) a eleição do PCRM pela segunda vez para o governo é algo com simbolismo tremendo, pois marca a consolidação de uma força comunista numa região que outra hora fez parte da pátria do socialismo, e demonstra que os comunistas continuam a ser uma força política a levar a serio naquela região, e é mais um ataque feroz na teoria do «Fim da História» e da vitória do capitalismo lançada por volta de 1991, por fim é mais um exemplo de como os PC´s conseguem triunfar eleitoralmente. Mas também demonstra uma ligação profunda que existe entre um Partido Comunista e as massas, pois efectivamente os Partidos Comunistas continuam a ser partidos de massas e continuam a ter influência em regiões que fizeram parte da URSS, era de esperar, segundo as teorias dos neoliberais e dos laivos do capital, que nestas regiões nunca mais voltaria-se a ouvir falar de comunismo ou socialismo devido aos anos de “trevas” que existiram ali de 1917 até 1991, mas a verdade é que continua-se a ouvir tal vocabulário.

Por fim, se preferirmos duvidar das palavras dos comunistas moldávos, podemos escutar o que a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OCDE) tem a dizer sobre estas eleições, pois bem tanto a OCDE como um grupo de deputados do Parlamento Europeu avaliou a vitória dos comunistas nas urnas como sendo «na generalidade, de acordo com as normas e os princípios internacionais», bem como «bem organizadas e decorreram num clima calmo, pacífico e pluralista». Com certeza que tais vozes serias não se atreveriam a enganar em assuntos tão sérios como é a democracia, os acontecimentos decorrentes do resultado eleitoral na Moldávia confirma então: o mau perder que a direita tem, bem como o lançamento de imediato de campanhas violentas e provocatórias contra ascensão de uma força esquerda. Veremos o que os próximos dias dirão, e espera-se a confirmação ou não se tais movimentações que decorrem na capital da Moldávia não fazem parte de um plano que tem como objectivo derrubar, ou pressionar o derrube do governo do PCRM, e como a Comunidade Internacional reage perante as forças que estão por detrás de tais movimentações, interessante é também ver o comportamento das potências locais, como a Rússia e a Roménia, inclusive o embaixador do último país já não está na Moldávia.

A Moldávia juntamente com o Chipre são dois países europeus dirigidos por partidos comunista, se nos lembramos da força que muitos PC´s possuem ainda em vários países da Europa, parece que o espectro do comunismo começa a voltar a assombrar a Europa, eu diria que nunca deixou, mas isso já é outra história.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

.Hino às Tardes-de-Café


Hino às Tardes-de-Café, InêsOink

.Entre a dobra da colher no pires e o travo de alfazema, sempre recolhemos as palavras sábias dos velhos, propondo análises de praça pública, e no ocre das nuvens rimos disfarçados.
Nas tardes-noites de café, onde inventamos embalos, desgarras, correrias ao acaso, tropeçamos nas frases que deixamos nas margens da mesa do café, que se encontra supensa ao fio de prumo, enquanto nós damos Tacadas no Ar, a ver se encontramos a espinha dorsal do dia-de-amanhã.

Ah!...
Quanto mais tiramos à tarde, mais a tarde se acrescenta a nós!