sexta-feira, 7 de maio de 2010

Protestos na Acrópole

Na década de 80 «as políticas keynensianas dão lugar a políticas neoliberais, que fazem pressão sobre os salários e sobre as despesas públicas com a finalidade explícita de restaurar os lucros [...] Estas políticas [neoliberais] restabelecem o lucro global das empresas e portanto as suas possibilidades financeiras de investir: era o resultado pretendido. Resultado não pretendido mas inevitável: estas mesmas políticas, fazendo pressão de maneira cumulativa sobre a procura dos assalariados e do Estado, contraem os mercados globais e reduzem assim as oportunidades de investimento rendível para as empresas. O lucro global é investido então maciçamente não em operações de produção [aparelhos produtivos nacionais], mas em operações de transferência de propriedade: absorção de empresas privada, aquisição de empresas públicas (é o fenómeno das privatizações). especulação com as moedas e com os títulos (é o fenómeno da «bolha financeira»). Tais operações redistribuem a propriedade dos meios de produção e do dinheiro: numerosas empresas e grupos encontram aí um meio privilegiado para se desenvolverem e alargarem a sua esfera de influência, para aumentarem o seu poder económico. Mas estas operações não alargam a produção e o emprego: o crescimento permanece fraco e o desemprego continua a expandir-se».
Fonte

Visto que na Grécia os trabalhadores estão a ser confrontados com um ataque extremamente violento aos seus direitos e qualidade de vida (diminuição das pensões, ordenados, fim do 13º e 14º mês, aumento do IVA para 25%, etc) porquê é que foi aprovado este pacote financeiro com o objectivo de "auxiliar" a Grécia? Para combater estas carências que o governo grego não pode (e não quer) facultar ao povo grego? Não, não, não. É, sim, para ajudar o grande Capital a recompor-se à custa, não só da classe trabalhadora grega, como à custa dos povos da União Europeia.

1 comentário:

filipe disse...

Exactamente porque é mesmo como tu concluíste que o PCP tomou a correcta posição de recusar, na AR, o empréstimo(?!) português à Grécia. E porque é tão importante lutarmos, solidariamente com a luta dos camaradas e trabalhadores gregos.
Abraço.