quarta-feira, 24 de março de 2010

Seja o que for, é justo.

Na última segunda-feira, e para assinalar os dois anos de mandato, Dimítris Christofias, declarou a redução do seu próprio salário e dos restantes ministros do governo. A redução será de 10% no ordenado. Ainda na mesma conferência o Presidente do Chipre, eleito em 2008 pelo AKEL (Partido Comunista do Chipre), incentivou os deputados e outros altos funcionários do país a seguirem este exemplo.

Com certeza, não é preciso ser nenhum sábio na ciência económica, esta redução salarial não é a resposta à crise, apesar de para a economia cipriota ser uma boa ajuda. Podem, ainda, muitos até a chamar de demagogia, seja como for, ela é um óptimo sinal para o interior da sociedade, bem como reveladora que nem toda a classe política é igual. Ao aconselhar a diminuição de salários na elite empresarial e o fim dos brutais prémios que os mesmos levam para casa, tenta-se combater e diminuir as contradições que há na sociedade. Como há dinheiro para prémios, se não há para aumentos salariais ?

É eticamente incorrecto e demonstrativo de falta de solidariedade, na minha visão, pedir mais esforços aos trabalhadores (que muitos ganham 2 euros por hora) numa época de crise na qual os altos cargos das empresas auferem de uma pipa de massa por dia, é, simplesmente e altamente contraditório.

A ilha do Chipre onde é sentido um clima tenso e bélico, pois, a sua parte norte ainda continua ocupada, militarmente, pela Turquia (desde 1974), dá um belo exemplo de ética e de postura. O seu governante corta no ordenado do seu executivo, e aponta o caminho ao resto dos altos quadros e executivos do país. Fica lançado o desafio...

É revelador de um estar na política.

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