terça-feira, 27 de outubro de 2009

O fim do Serviço Militar Obrigatório

Ontem o convidado do Dia D, programa da SicNoticias, foi o conhecido sociólogo António Barreto. Foi um programa interessante, o qual devo confessar que não assisti com 100% de atenção, mas o que vi até gostei. Mas que fique registado uma lacuna, António Barreto afirmou que todos os partidos políticos e as suas jotas tinham contribuído (votado a favor) para o fim do Serviço Militar Obrigatório. Diga-se que o PCP em 1999 na Assembleia da República votou contra o fim do SMO, dando grande enfâse à questão da sustentabilidade das Forças Armadas: «Os desafios fundamentais para o modelo de Forças Armadas de profissionais e contratados são essencialmente quatro: primeiro, o sistema tem de garantir que consegue produzir o número de aderentes (profissionais e contratados) considerados necessários para as missões e sistema de forças em tempo de paz; segundo, o sistema deve conter os mecanismos necessários para o crescimento necessário das Forças Armadas para as situações de excepção, incluindo a guerra; terceiro, deve ficar garantida uma correcta compreensão por parte da população sobre os deveres gerais militares que sob ela impendem, no quadro do dever de defesa da Pátria; quarto, deve estar garantido que não se cria um fosso entre as Forças Armadas e o país». Diga-se, que também que os jovens da "Jota" do PCP no seu último Congresso (2006) defenderam a continuação do Serviço Militar Obrigatório, como «garantia da ligação da juventude à defesa e soberania nacionais», rejeitando assim o fim do SMO e a profissionalização das Forças Armadas.


O objectivo do fim do SMO foi o afastar dos jovens das Forças Armadas, porque sabem que umas FA constituídas pelo povo e pelos trabalhadores permitem o risco de criar uma maior consciência social dentro das Forças Armadas, e como afirmava Lénine: «Só o proletariado – devido ao seu papel económico na grande produção – é capaz de ser o chefe de todas as massas trabalhadoras e exploradas que a burguesia explora, oprime, e esmaga». Não esquecendo ainda Engels, que afirmava algo do tipo: «para a burguesia dominante, o desarmamento dos operários é um imperativo fundamental».

Então meus amigos, fizeram o 25 de Novembro para afastar as Forças Armadas da realidade do povo português, encerrando a cadeado os soldados nos quartéis para o Povo enfiar-se nos mesmos quartéis?! Mas isso faz lá algum sentido...

1 comentário:

RML disse...

Muito bem! Muito bem lembrado!