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«Perspectivas parlamentares sobre o mundo do trabalho industrial português no Vintismo».
João Lázaro
Resumo: O leitor mais atento não deixa de reparar que a historiografia que tem vindo a tratar a história da classe operária portuguesa canaliza a sua atenção para o período posterior a 1834 ou, principalmente, aos anos 50 durante a Regeneração. Deste modo, há um vazio no que diz respeito ao estudo dos operários e dos olhares de que são objecto nos primórdios do liberalismo português. Este estudo esforça-se para deslindar os usos do termo operário no discurso parlamentar, bem como a forma como esse termo era interpretado, absorvido e direccionado pelos deputados vintistas.
«O "Nacionalismo" de Spínola: O "Voz da Guiné" como forma ambivalente do discurso de legitimação colonial (1972-73)».
Cláudio Santos
Resumo: A passagem de António de Spínola pela Guiné entre 1968 e 1973 na qualidade de Governador Geral e Comandante-Chefe deixou marcas incontornáveis no discurso de legitimação colonial. A sua “acção psico-social”, que assumiu a sua forma discursiva em “Por uma Guiné Melhor”, será analisada a partir do Voz da Guiné, jornal oficial do Governo colonial sediado em Bissau. Na medida em que este constitui uma das formas de propaganda contra-subversiva em relação ao discurso nacionalista do PAIGC, de influência sobre os estratos base do constituinte guineense, analisar-se-á essencialmente as estratégias de adaptação do discurso de legitimação colonial, não só por dialéctica em relação ao PAIGC, mas também por via dos efeitos que a própria
democratização e descentralização (pré-paradigmatização do federalismo) defendidas por Spínola têm no mesmo. Este tipo de autonomia desemboca em formas discursivas proto-paradigmáticas que se assemelham às de nacionalismo. O jornal será assim analisado a partir de algumas noções teóricas contemporâneas sobre Nacionalismo e Etnicidade.
«A alteração do espaço público em finais da monarquia. Os casos dos municípios de Cascais e Belém».
Miguel Figueiredo Padeira
Resumo: Após o advento liberal há uma efectiva alteração da estrutura municipal ao longo de todo o território português, não apenas no seu figurino espacial, mas também e sobretudo no comportamental. Com a sucessão de vários códigos administrativos, há uma maior sensibilização das novas autoridades camarárias na uniformização das posturas dos seus munícipes, catapultando o poder local para um crescimento e progresso mais regular, tendo em conta a sua própria realidade. Os municípios de Cascais e Belém comprovam este paradigma, que apesar de propósitos e actores dissemelhantes, vêem o seu espaço público modificado.
«Uma nova luz sobre a Lei da Vadiagem – legalismo e exclusão no alvorecer da República».
Hugo Sousa Nunes
Resumo: A Lei da Vadiagem, publicada em 1912 é considerada um marco na produção legal sobre a questão da marginalidade. A viragem para o século XX encontra um crescente espaço de importância para o vadio, cuja figura se complexifica em termos políticos e jurídicos. A historiografia tem procurado integrar esta problemática em torno da afirmação de um discurso de repressão por parte do Estado. Nesse sentido, a Lei de 20 de Julho de 1912 é geralmente tomada como ponto de chegada no âmbito desse processo. Tomando esta Lei como base de reflexão, procurar-se-á romper com as limitações do tradicional binómio prevenção/repressão. Incide-se uma nova luz sobre este texto, tomando-o no quadro da exclusão enquanto processo, mas procurando também a sua relativização ao contexto do início da República, enquanto espaço que se abre a um confronto de poderes.
1 comentário:
Diogo Martins curte isto. Infelizmente, não poderá comparecer...
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