Por outro lado, existe uma hipótese da Frente de Esquerda poder participar num Governo de visão progressista. Relembre-se que a Frente de Esquerda, apesar de não participar no Governo, deu apoio e sustentabilidade no Parlamento, até à pouco tempo, ao Governo actual.
Bengala é um estado populoso e importante, com cerca de 80 milhões de habitantes, e desde de 1977 que o PCI-M vence todas as eleições, em cerca de 79 cidades é Poder em mais de 40 cidades. O ano de 1977 marca o início do fim do poder dos grandes latifundiários, que tinham mais de 50% da posse da terra, hoje em dia cerca de 70% dos camponeses tem direito a terra própria e muitas pessoas passaram a ter direito a uma casa. Actualmente os dados indicam que cerca de 26% da população de Bengala está abaixo da linha de pobreza, antes de 1977 os dados indicavam que eram cerca de 56% da população. Ironicamente, este número (26%) é explicado em grande parte devido aos benefícios oferecidos pelo governo de Bengala como a saúde, educação e o controle dos preços alimentos, que tornam Bengala numa região de destino para muitos pobres indianos que chegam a Bengala com esperança de uma vida melhor.
Um analista político indiano afirma que sucesso dos comunistas e da Frente de Esquerda em Bengala Ocidental essencialmente a três factores:
2.Apesar do PCI-M ter uma maioria parlamentar forte para governar sozinho, o partido faz questão de participar numa Frente de Esquerda com outras forças de esquerda ou progressista e independentes.
3.Finalmente é um governo sem corrupção, nos 30 anos que governa Bengala não existe registo de um único escândalo no governo.
Além do PCI-M a Frente de Esquerda é composta pelo PCI da Índia que tem 10 deputados e pelos Partidos Revolucionário Socialista e Adiante de Toda a Índia, ambos com três deputados, ou seja, a Frente de Esquerda tem no total 59 deputados no Parlamento. No decorrer das eleições o Partido Bahujan Samaj que tem 19 deputados e governa o estado mais populoso da Índia, Uttar Pradesh, e que se afirma como representante do estrato social mais baixo do sistema de castas, manifestou intenção de ingressar na Frente de Esquerda.
Numa sociedade profundamente marcada pela hierarquização do sistema de castas, várias religiões, problemas bélicos com um vizinho, contradições agudas e incertas no tecido social e as emergências de alguns nacionalismos locais, tudo parece apontar que a Frente de Esquerda será essencial para o futuro e rumo desta populosa nação.
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